Carol Ottolini

A pintora de colecionáveis que transformou desafios em arte

Carol Ottolini sempre teve uma forte conexão com a arte, mas foi em 2023 que sua paixão se transformou em carreira. Formada em direção de fotografia pela AIC (Escola Internacional de Cinema), dedicou-se à fotografia de casamentos até que, em meio a uma crise pessoal e profissional causada pela pandemia de Covid-19, aceitou o desafio de pintar sua primeira peça. Incentivada pelo seu esposo, Artur, também pintor, essa decisão marcou o início de uma nova fase, que logo conquistou o reconhecimento da comunidade de colecionadores e entusiastas.

Como pintora de colecionáveis em peças 3D, descobriu uma forma única de se conectar com pessoas e personagens, e em pouco tempo, já havia pintado mais de 40 peças, atingindo um nível avançado graças à sua predisposição natural e dedicação intensa ao estudo e à prática. “A excelência vem da perseverança e do aprendizado constante”.

Ela cuida de todo o processo: impressão em resina, acabamento e pintura das figuras. Recentemente, começou a aprender técnicas para adicionar cabelos às suas criações, ampliando o leque de possibilidades em seu trabalho.

Para ela, a excelência está na habilidade de executar uma boa pintura e destaca que peças em escalas menores exigem técnicas específicas para criar a ilusão de detalhes, enquanto as maiores demandam um detalhamento mais preciso. Sua preferência é por escalas a partir de 1/10, com inspirações vindas de profissionais do realismo

Embora não seja metódica, acredita na importância de seguir etapas específicas, especialmente no acabamento, que varia conforme o material. Ela ressalta que um bom pincel de precisão é essencial para resultados de qualidade, especialmente em detalhes finos.

Apesar de seu trabalho não estar diretamente ligado ao plastimodelismo, reconhece a relação entre as duas práticas e está aberta a desafios nesse campo.

Entre seus projetos mais marcantes, destaca um Sméagol que pintou no início da carreira. “Fiquei encantada com as nuances da pele. Assim que eu publiquei, um colecionador comprou”.

Seu maior desafio foi pintar um kit do personagem Kratos, tanto pela peça, que pesava 17kg quanto pelo alcance do personagem. Já seu projeto mais desafiador é um outro Kratos ¼ e que está em finalização. “Além de muito grande, esse diorama possui elementos complexos, envolve acabamento detalhado, colocação de ímãs e reparos minuciosos, o que tem feito com que o trabalho se estenda por meses”.

Carol acredita que há mercado para todo tipo de produto e que o desafio é se estabelecer em nichos específicos e valorizar o trabalho. “A falta de conhecimento do público sobre o processo e o custo de produção de colecionáveis é um obstáculo, e os profissionais precisam decidir se querem focar em quantidade ou qualidade”.

Contrariando sua expectativa inicial de que seria um espaço predominantemente masculino, encontrou um ambiente acolhedor e encoraja outras mulheres a atuar na área.

E para se destacar na pintura de colecionáveis, Carol deixa algumas dicas essenciais: “Estude anatomia para entender volumes e detalhes, observe como texturas, luz e sombra interagem com a superfície, e conheça o trabalho de outros profissionais e pratique constantemente. Mesmo com os melhores materiais e cursos, a prática contínua é indispensável para alcançar o sucesso.”

Para saber mais sobre o seu trabalho, siga sua conta no Instagram, que já soma quase 30 mil seguidores.