Eduardo Rossi Luchetti

“Não se compare aos outros, busque a felicidade dentro de você”

Eduardo Rossi, 42 anos, militar em Jundiaí, descobriu a paixão pelo plastimodelismo ainda na infância. Adorava construir acessórios para brinquedos. Ao perceber isso, seu pai comprou kits no Paraguai: um Panzer I 1/35, um F4 1/72 e um Apache 1/32. “Dois quebraram ou faltaram peças. O Apache, meu irmão guardou por muito tempo e me deu para montar em 2022, dezessete anos depois!”

Adulto, ganhou de um amigo um Mustang P-51, 1/72, começado e sem caixa. “Passei dias vendo vídeos, montando e pintando como achava certo.” No Dia dos Namorados, a esposa deu um M113, 1/35, considerado por ele o primeiro modelo montado com entendimento do plastimodelismo.

Desde então, não parou mais. Modela pessoalmente e pretende abrir um ateliê de modelagem e pintura de figuras, além de lecionar e influenciar o hobby.

Suas inspirações vêm de filmes e livros. “Mas a montagem é minha verdadeira inspiração. Gosto do kit, do processo e da satisfação do resultado.”

Prefere militaria e figuras, embora monte outros segmentos, exceto autos e motos. Seu maior desafio é um barco que está em andamento. “Comprei começado, de molde antigo e sem velas. Vou ter que confeccionar as velas.”

Trabalha com aerógrafo e com o pincel para criar sombras e luzes e não cria cenários com frequência. “Prefiro montar vinhetas menores e mais rápidas.”

Para comprar os kits, prefere o olho no olho, espaço físico. “É possível escolher melhor, tanto no preço quanto no modelo. Ver a estrutura e tipo do plástico antes evita frustrações. Nas figuras, isso é ainda mais importante.”

Seu kit mais marcante foi uma figura de chumbo, comprada num mercado de pulgas, um índio americano 1/16. Com ele, ganhou o primeiro lugar no concurso de figuras numa convenção de São Paulo, com artistas de alta capacidade. Participou de outros eventos e ganhou medalhas em várias categorias. Outra montagem que destaca foi uma mecânica de avião russa, 1/32, para o Sr. Joel, um amigo plastimodelista de 83 anos. “Talvez o mais velho do Brasil em atividade.”

“O que o plastimodelismo me ensinou? Conheci pessoas fora do meu meio profissional e familiar. Pessoas com a mesma paixão. Isso ampliou meu círculo de amizades.”

Aconselha iniciantes a evitar modismos e elitismos. “Na montagem de um kit, tudo tem começo, meio, fim e a ferramenta certa. Esse conhecimento é adquirido aos poucos, num aprendizado contínuo. Não se compare aos outros, busque a felicidade dentro de você.”

Recomenda a participação em eventos, como os de São Paulo, Jundiaí, Campinas, Curitiba e Porto Alegre. “As convenções permitem conhecer pessoas, avaliar seu desenvolvimento, tirar dúvidas e ver kits montados ao vivo. Uma boa foto pode enganar, mas ao vivo você descobre que seu trabalho é excelente!”