Maciel Leandro Zang

“Montar caminhão me faz lembrar da boa infância”

O plastimodelismo vai além de um hobby. Ele nos transporta para outros lugares e épocas. A história de Maciel L. Zang é um exemplo perfeito disso.

Filho de caminhoneiro, o paranaense de 48 anos, hoje programador nascido em Marechal Cândido Rondon (PR),  mudou-se para Florianopolis há mais de 20 anos, viajava sempre com o pai quando criança. “Caminhão era meu brinquedo favorito e hoje montar modelos pesados me remete a uma boa parte da infância”.

Inspirado por um amigo plastimodelista, começou a prática aos 29 anos para se desligar da rotina. “Foi paixão à primeira vista. Entrei por necessidade de desacelerar e ressignificar minha vida e nessa trajetória já fiz muitos amigos”.

Antes de se aventurar nos caminhões, começou montando carros para desenvolver uma técnica mais apurada. Ele percebe que poucos optam por montar veículos longos, atribuindo isso ao custo e à complexidade da montagem. “Além de ser um kit grande, leva mais tempo para ser concluído, de seis a oito meses.”

Ele divide o processo em quatro estágios: chassi e agregados, motor, interior da cabine e, por último, o exterior dela, sendo a maior dificuldade própria cabine, especialmente na hora de fechar e pintá-la. “Juntar interior e exterior é uma das etapas mais desafiadoras.”

Entre os caminhões que já montou, o Scania 142H Italeri 753 (1981) é o mais marcante. “Viajei com meu pai muitas vezes em um modelo muito parecido e fiz o kit para dar de presente para ele.”

O mais desafiador foi o Scania R730 Streamline Team Chimera Italeri. “Incluí muitas peças impressas em 3D e fiz algumas coisas em scratch.”

Já o melhor de todos foi o Volvo FH 4 da Italeri, que levou seis meses para concluir. “Ele tem boas conexões, os encaixes entre as peças são ótimos, a quantidade de detalhes é impressionante e a qualidade dos decais é muito boa.”

Em relação à pintura, utiliza técnicas simples: primer, tinta e verniz. Seu foco está nos detalhes do modelo em si, sem se preocupar em cenários.

Após concluir suas montagens, compartilha o trabalho com outros entusiastas em seu blog, num grupo de WhatsApp de plastimodelistas e no Instagram.

“O blog foi criado justamente para difundir o plastimodelismo de caminhões. Acredito que mostrando as etapas de montagem fica mais fácil para quem nunca montou se arriscar.”

Maciel também participa de um grupo de plastimodelismo em Florianópolis, criado por ele e outros amigos para montar e prosear em encontros mensais presenciais.

Ele já foi premiado com duas pratas, dois bronzes e um prêmio de destaque em concursos. No entanto, o plastimodelismo lhe proporcionou muito mais do que troféus, segundo ele, “organização, paciência, habilidade manual refinada e um profundo conhecimento sobre a história de cada kit e veículo montados”.

E para quem está começando, Maciel aconselha: “Monte sem muita preocupação com a perfeição. Acima de tudo, divirta-se e não desista diante das dificuldades. Cerque-se de pessoas boas que o façam evoluir. Os bons resultados vêm com o tempo, não se preocupe.” Ele também recomenda participar de cursos. “Indico os do professor Lúdico, do Chiquito e do Paulo do canal PlastiTV.”